A cirurgia de castração é realizada em animais por vários motivos: evitar que eles procriem, diminuir a marcação de território, melhorar o comportamento, evitar ou diminuir as chances do desenvolvimento de doenças como câncer nos testículos (nos machos), infecção de útero e câncer de mama nas fêmeas. A castração é uma cirurgia segura e indolor para o animal, realizada com anestesia e em centro cirúrgico veterinário.
Todo animal precisa passar por exames pré-operatórios antes da castração, como exames de sangue e bioquímicos, dependendo do caso. Há veterinários que preferem realizar a castração pediátrica, a partir dos 45 dias de idade; outros a partir dos 6 meses de idade. Em ambas as situações, há prós e contras. Na castração pediátrica, há vantagens como a melhor resposta na recuperação no período pós-cirúrgico; a menor incidência de vários tipos de câncer do aparelho reprodutor e também de outras doenças que podem ser fatais, como a piometra (infecção no útero). Alguns pesquisadores, no entanto, indicam que a castração pediátrica pode levar a problemas de crescimento e desenvolvimento, uma vez que os hormônios secretados pelos órgãos reprodutores podem ter efeito no desenvolvimento ósseo.
Não existe idade limite para fazer a castração. Animais idosos também pode ser castrados, visto que com a evolução de exames e procedimentos, é possível anestesiar um animal com idade avançada de modo tão seguro quanto um animal jovem.
Resultados
Após castrado, você vai observar algumas mudanças no comportamento do seu animal. Se castrado ainda bebê, será quase nula a demarcação de território dos machos - o xixi fora do lugar, nos móveis, camas e outros ambientes. O cachorro macho produz o hormônio testosterona (o mesmo produzido pelo homem), e este hormônio é responsável por incitar o animal a demarcar o território para avisar outros machos que aquela é a “área” dele. É um comportamento instintivo, ou seja, seu animal não faz xixi no lugar errado porque quer. Com a castração e a consequente remoção dos testículos, a produção de testosterona é reduzida a níveis mínimos. Quanto mais cedo a castração, melhor o resultado. Além disso, nos machos, você observará que o animal pode ficar mais calmo, diminuindo a incidência de brincadeiras destrutivas e de brigas com outros machos (que ocorrem principalmente por disputa de território). Isto não quer dizer que ele ficará apático ou “bobo”, como dizem por aí. Nas fêmeas, a castração resolve o problema da gravidez psicológica - ou pseudociese, que provoca uma série de mudanças no organismo e comportamento. Também diminuem as brigas por dominância com outras fêmeas. Diminuem, em consequência, as tentativas de fuga por causa de cio, tanto em fêmeas quanto nos machos.
Mas há também uma outra vantagem da castração: a diminuição da população de animais abandonados nas ruas. Pode parecer um tema distante para quem tem um animal de raça e quer ter aquele tanto de filhotinhos lindos, mas um dos maiores problemas está justamente aí. Não existe “animal de rua”. Cachorros e gatos não nasceram do asfalto. A grande maioria deles foi abandonada nas ruas por suas próprias famílias, pelos mais diversos motivos, ou então fugiu de casa. Nas ruas, precisaram aprender a sobreviver, a catar comida do lixo, a andar em bandos para se proteger, e seguindo o processo natural, a se reproduzir. Você pode achar que os filhotes do seu animal não terão este fim, mas, salvo em casos específicos, você não pode prever isso. Se você doa ou vende, a partir do momento que um animal já não está sob seus cuidados, você não tem mais controle sobre o destino dele.
Uma imagem que é bastante difundida na internet é a da “torre de animais”, que mostra a quantidade de descendentes que um casal de animais - geralmente cães e gatos, os mais comuns animais domésticos - podem gerar em um ano com seus filhotes. A imagem, reproduzida abaixo, é realmente verdade. Basta fazer as contas: uma cadela tem cio a cada 6 meses. Uma cadela de médio porte pode parir até 6 filhotes em cada prenhez. Já são 14 animais no período de um ano - os casal de pais e 12 filhotes. Supondo que metade dos filhotes sejam fêmeas, e que nos primeiros 6 meses já entrarão no cio, cada uma delas pode parir mais 6 filhotes. Temos então, em 12 meses, em média, 48 animais na rua nascidos a partir de um casal. Parece mágica, mas é a realidade.
A castração é uma forma de controle populacional efetiva, que funciona não só para animais de rua, mas também para animais domiciliados. Se você tem dúvidas sobre a castração, escreva nos comentários abaixo ou pesquise nos links que listamos no final deste texto.
Considere castrar seus animais, e também ajudar o Vida Lata a castrar um animal de rua. Para isso, você pode comprar uma cota de castração social na nossa página de doações.